Hoje é que é o dia do presente
mas de todos os dias passados
poucos me estão presentes
porque há dias sem memória
Era desses que eu me queria lembrar
desses que não obedecem a datas
que são livres e foram felizes
Porque se misturaram na vida
numa amálgama de pequenas coisas
como o fumo das casas se dilui nas nuvens
Imagino-os de madorna, vagos como a paz
se calhar foi num desses dias que tudo começou,
exactamente aí...
Quando a lua sobe e deixa o dia escoar no calendário
Folheio uma agenda desactualizada e sem interesse
quando penso que todos os dias nascem
novos dias
Marc Chagall, Enchantement vesperal